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segunda-feira, 18 de julho de 2011

MIRACEMA TEM O MELHOR ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DO NOROESTE FLUMINENSE

Segundo o PLANO SUSTENTÁVEL DE DESENVOLVIMENTO DO NOROESTE DO ESTADO DO RJ – Análise Situacional 1ª Parte, editado em setembro de 2010, Miracema tem o melhor Índice de Desenvolvimento da Cultura (IDC) do Noroeste.

Conforme a tabela abaixo, elaborada pelo referido Plano, Miracema apresenta o IDC 6,08, enquanto os demais municípios da região apresentam: Bom Jesus do Itabapoama (5,47), Santo Antônio de Pádua (5,20), Varre-Sai (5,07), Itaocara (4,95), Italva (4,41), Laje do Muriaé (4,22), Porciúncula (4,15), Aperibé (3,59), Natividade (3,44) e São José de Ubá (1,43). Cambuci e Itaperuna não participaram do levantamento do IDC.

A seguir, o capítulo 10 do Plano:

10. ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA CULTURA, IDC

No sentido de se avaliar a condição do desenvolvimento da Cultura nas Regiões Noroeste e Norte Fluminense, foi aplicada uma metodologia qualificada cuja síntese conduz ao Índice de Desenvolvimento Cultural, o qual foi objeto de investigação junto aos municípios, permitindo-se obter uma posição para as Regiões, de modo individualizado. Para tal, foi realizada uma análise sistemática a partir de questionário, respondido pela área especializada e responsável pela Cultura nas Municipalidades, cujos conteúdos foram processados uma vez avaliados à luz das informações disponíveis. Quatro respondentes faltaram: Itaperuna e Cambuci, na Noroeste, e Campos do Goytacazes e São Francisco de Itabapoana, na Norte. O Índice de Desenvolvimento Cultural, IDC, constitui uma mensuração especializada, numa perspectiva de escopo e escala, que procura captar o que acontece com a Cultura de cada ambiente pesquisado, a cada momento, o que lhe faculta a condição de expressar os movimentos da dinâmica que habitualmente ocorre, entre tempos consecutivos. Para cumprir com os objetivos que dele se espera, o IDC se forma de uma média ponderada de nove Índices que consideram quarenta dimensões ou temas diversificados, relacionados diretamente à Cultura, cujas medidas representam Indicadores. Não obstante a integração que se observa necessariamente, com intensidade crescente entre Cultura e Turismo, em qualquer de suas modalidades, o IDC não adentra o campo específico do Turismo, contemplando simplesmente questões de interesse comum.
– saliente-se que o turismo cultural é uma das maiores oportunidades de desenvolvimento das grandes economias mundiais.

O IDC é constituído, portanto, por nove índices, quais são:
  • Institucional (cinco indicadores);
  • Participação da sociedade (quatro indicadores);
  • Infra-estrutura cultural e instalações (dez indicadores);
  • Atrações culturais originais e nativas (três indicadores);
  • Patrimônio histórico, cultural e ambiental (três indicadores);
  • Economia da cultura (cinco indicadores);
  • Programas culturais para a população (dois indicadores);
  • Turismo (seis indicadores);
  • Planejamento (dois indicadores).
Na medida em que as respostas foram produzidas pelos gestores municipais, elas foram aceitas como representantes das realidades reportadas, excetuando os casos das transgressões lógicas, as quais foram devidamente ajustadas. Os resultados constam das Tabelas seguintes.Neles se observa claramente que o tratamento da Cultura difere entre municípios, com alguns deles já assumindo uma postura avançada de tê-la como uma atividade sustentável, decisiva e contribuindo para a formação da economia e do modo de pensar e ser municipal,com participação ativa na inclusão social e no processo distributivo de renda. Pelas informações das Municipalidades das Regiões, tais políticas e ações/programas culturais são recentes, estando em implantação ou progressão, ou seja, percorrem uma fase inicial de sua vida útil. Uma vez que a existência de grandes empresas ou de empresas mais estruturadas ou de base de conhecimento é limitada quantitativamente nas duas Regiões, as atividades de Cultura ligadas ao empreendedorismo são incipientes. De maneira análoga, as ações integradas no ambiente regional, muito poucas (apesar das respostas em contrário), levam a maioria das Municipalidades a atuar de modo individualizado, em vários casos com grande entusiasmo e competência. Os Circuitos, conquanto existentes, mostram-se pouco eficazes, quando em operação. Com isto, as sinergias não ocorrem e os sistemas das Regiões (e inter Regiões) não capitalizam e dissipam ou deixam de usar o que poderiam ter, em termos de energia

Analisando-se o IDC da Região Noroeste constata-se que:

  • há uma variação acentuada entre as Municipalidades (4,25 vezes entre o maior e o menor valor) o que indica que há orientações municipais bastante distintas, decorrentes provavelmente de realidades muito diferenciadas;
  • o desenvolvimento cultural, no seu primeiro movimento, caso atual, não está associado, necessariamente, à dimensão da população ou ao agregado da economia de um município, mas depende da receita da Municipalidade e de sua alocação para o desenvolvimento da Cultura;
  • a média regional 4,80 é baixa mostrando que há uma longa trajetória de oportunidades a conquistar. Cabe lembrar que os valores dos IDCs das Municipalidades, sem que tenha sido feito um estudo específico de correlação, na média, retratam valores similares aos do Índice da Educação Básica Brasileiro, IDEB, oque merece investigações subseqüentes;
  • há, na Região, iniciativas e projetos municipais de grande envergadura, capazes de se constituírem como núcleo genético, que, se continuados, devem produzir efeitos multiplicadores e resultados nos anos vindouros, assim como há outras Municipalidades, sem projetos;
  • não obstante os esforços já obtidos em relação à educação e formação de jovens e adultos, na Região, para a sua participação ativa no seu sistema cultural produtivo, a oferta existente - escolas, academias, oficinas, ateliers, etc. - é bastante limitada e aquém do que pode e deve ser feito;
  • como Cultura envolve movimentação de pessoas e o seu desenvolvimento se vincula de maneira decisiva e, na maior parte dos casos, depende do turismo para manter a sua inserção na economia regional e em outras que apresentem demandas, ela requer uma infra-estrutura de hospedagem, alimentação e mobilidade/acesso. A situação existente na Região é de carência generalizada de unidades e qualidade, representando uma restrição significativa a uma potencial expansão de atividades para demandas maiores.
Tabela 9 – Região Noroeste Fluminense, Índice de Desenvolvimento Cultural (IDC)
s/i = sem informação
Obs: Para a média da Região foram usados somente os municípios com informações

Comentários Gerais

Em ambas as Regiões (Norte e Noroeste), verifica-se que:

  • nem todos os municípios apresentam as mesmas condições para promoverem a inserção diferenciada da sua Cultura na sua economia, mas todos podem tê-la para subsidiariamente agregar valor à sua economia;
  • o desenvolvimento da Cultura em uma Região não pressupõe que todas as suas Municipalidades se dediquem a gerenciar a Cultura como parte de sua economia;
  • a diferenciação de recursos financeiros e ações destinados à Cultura, entre Municípios ou Municipalidades, não determina que a Região não possa desenvolver uma plataforma própria, para desenvolver a sua plataforma de Cultura, respeitando os objetos estratégicos que lhe sejam convenientes ;
  • o pequeno número e empresas participantes das atividades culturais nas duas Regiões constitui um elemento que, de fato, limita seu desenvolvimento.

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