Aliados de Marina dão saída do PV como certa
Fernando GalloO Estado de S. Paulo - 13/06/2011
Aliados de Marina Silva avaliam que a permanência da ex-senadora no PV é inviável e que a saída dela do partido deve ser selada em poucas semanas. Os motivos são a falta de êxito na cruzada por mais democracia no PV e o fim do diálogo com a Direção Nacional da legenda.
O Estado apurou com quatro pessoas próximas da ex-ministra do Meio Ambiente que Marina e o núcleo marineiro estão convencidos da impossibilidade de conseguir as mudanças consideradas necessárias para a transformação do partido, tais como alterações no estatuto que permitiriam eleições diretas e o fim de diretórios provisórios. Todos os aliados dão a saída dela e de seu grupo como certa.
"É rápido isso daí. Vai se resolver até o fim de junho. Mas a decisão já está tomada", diz um deles. Outro avalia que o processo de desligamento não dura mais do que 45 dias.
O grupo retarda o anúncio porque estuda os próximos passos a dar. No momento, a tendência mais provável é a criação de um novo partido, mas outras hipóteses são consideradas. Isso porque não há tempo hábil para fundar uma nova sigla a tempo de participar das eleições municipais de 2012 - a lei exige filiação mínima de um ano aos futuros candidatos. Outro problema seria a falta de bons palanques nos Estados para Marina em 2014, problema já sentido dentro do PV, na eleição de 2010.
Por outro lado, a migração para outra legenda é improvável, uma vez que o grupo teme que situação análoga à guerra hoje deflagrada no PV possa se repetir. Ainda assim, assessores de Marina fizeram circular no mês passado rumores de que a ex-senadora teria se aproximado do PPS.
Seguidores
Com Marina sairiam Fábio Feldmann, candidato a governador de São Paulo em 2010; Guilherme Leal, ex-candidato a vice de Marina; e João Paulo Capobianco, secretário executivo do ministério do Meio Ambiente na gestão Marina.
Há dúvidas sobre os membros que poderão precisar de legenda para se candidatar em 2012. Fernando Gabeira, que não integra o grupo marineiro, é possível candidato a prefeito do Rio. O secretário de Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, que vem sendo anunciado como candidato a prefeito por Gilberto Kassab, é outro em situação semelhante.
Também é incerta a permanência do deputado Alfredo Sirkis (RJ). O parlamentar nega que o grupo de Marina esteja prestes a deixar o PV. Pelo contrário, diz identificar uma tendência de negociação que pode, mais à frente, levar a um entendimento entre as facções verdes.
Mesmo assim, o deputado reclama do comportamento dos dirigentes em relação a Marina. "Ela está descontente e chocada com o modo pelo tratamento dado por um segmento do partido não só a ela, mas às questões importantes que ela coloca."
Desde o fim das eleições, os grupos de Marina e do presidente nacional do PV, José Luiz Penna, disputam o poder no partido. Os marineiros avaliam que Penna não cumpriu compromissos firmados quando da chegada de Marina ao PV. A gota d"água para o grupo foram as recentes intervenções nos diretórios de Mato Grosso e do Ceará, além do isolamento de José Fernando em Minas, todos ligados à ex-senadora. / COLABOROU SERGIO TORRES
O Estado apurou com quatro pessoas próximas da ex-ministra do Meio Ambiente que Marina e o núcleo marineiro estão convencidos da impossibilidade de conseguir as mudanças consideradas necessárias para a transformação do partido, tais como alterações no estatuto que permitiriam eleições diretas e o fim de diretórios provisórios. Todos os aliados dão a saída dela e de seu grupo como certa.
"É rápido isso daí. Vai se resolver até o fim de junho. Mas a decisão já está tomada", diz um deles. Outro avalia que o processo de desligamento não dura mais do que 45 dias.
O grupo retarda o anúncio porque estuda os próximos passos a dar. No momento, a tendência mais provável é a criação de um novo partido, mas outras hipóteses são consideradas. Isso porque não há tempo hábil para fundar uma nova sigla a tempo de participar das eleições municipais de 2012 - a lei exige filiação mínima de um ano aos futuros candidatos. Outro problema seria a falta de bons palanques nos Estados para Marina em 2014, problema já sentido dentro do PV, na eleição de 2010.
Por outro lado, a migração para outra legenda é improvável, uma vez que o grupo teme que situação análoga à guerra hoje deflagrada no PV possa se repetir. Ainda assim, assessores de Marina fizeram circular no mês passado rumores de que a ex-senadora teria se aproximado do PPS.
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Com Marina sairiam Fábio Feldmann, candidato a governador de São Paulo em 2010; Guilherme Leal, ex-candidato a vice de Marina; e João Paulo Capobianco, secretário executivo do ministério do Meio Ambiente na gestão Marina.
Há dúvidas sobre os membros que poderão precisar de legenda para se candidatar em 2012. Fernando Gabeira, que não integra o grupo marineiro, é possível candidato a prefeito do Rio. O secretário de Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, que vem sendo anunciado como candidato a prefeito por Gilberto Kassab, é outro em situação semelhante.
Também é incerta a permanência do deputado Alfredo Sirkis (RJ). O parlamentar nega que o grupo de Marina esteja prestes a deixar o PV. Pelo contrário, diz identificar uma tendência de negociação que pode, mais à frente, levar a um entendimento entre as facções verdes.
Mesmo assim, o deputado reclama do comportamento dos dirigentes em relação a Marina. "Ela está descontente e chocada com o modo pelo tratamento dado por um segmento do partido não só a ela, mas às questões importantes que ela coloca."
Desde o fim das eleições, os grupos de Marina e do presidente nacional do PV, José Luiz Penna, disputam o poder no partido. Os marineiros avaliam que Penna não cumpriu compromissos firmados quando da chegada de Marina ao PV. A gota d"água para o grupo foram as recentes intervenções nos diretórios de Mato Grosso e do Ceará, além do isolamento de José Fernando em Minas, todos ligados à ex-senadora. / COLABOROU SERGIO TORRES
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