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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Portal G1: Mais da metade das famílias tem dívidas, mostra Ipea

Famílias de baixa renda têm menor grau de endividamento.

Pesquisa diz que brasileiros estão otimistas com situação socioeconômica.

Mais da metade das famílias brasileiras possui algum tipo de dívida, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Entre os 3,8 mil domicílios pesquisados em 214 municípios, cerca de 54% declararam ter dívidas.

Do conjunto das famílias, pouco mais de 11% responderam estar muito endividadas. Outras 16,82% declararam estar mais ou menos endividadas, e 26,25%, pouco endividadas. Entre as famílias endividadas, a dívida média é de R$ 5.426,59.

“Aproximadamente 15% das famílias endividadas têm uma dívida de cerca de até metade do rendimento familiar mensal; 21% têm dívida entre 0,50 e 1 vez a renda mensal; 23,5% têm entre 1 e 2 vezes a renda mensal; 16% têm entre 2 e 5 vezes; e 23% têm dívidas de mais de 5 vezes o valor da renda familiar mensal”, diz o Ipea em nota.

Em todo o país, cerca de 20% das famílias possuem alguma conta atrasada – destas, 60% acreditam que conseguirão quitar essas contas total ou parcialmente no mês seguinte.

O menor grau de endividamento foi verificado entre as famílias com renda de até um salário mínimo: nessa faixa de renda, 58,54% declararam não ter dívidas. Entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, essa taxa cai para 36,92%.

Na divisão por faixa etária, são os adultos entre 30 e 50 anos aqueles que mais se percebem muito endividados, enquanto as pessoas com mais de 60 são as que têm menos dívidas.

Por regiões, há maior proporção de famílias sem dívidas no Nordeste e Centro-Oeste (53% e 55%, respectivamente), enquanto na região Norte apenas 16% das famílias declararam não possuir dívidas.

Quanto mais próximo de cem, maior o otimismo

A pesquisa do Ipea apontou que os brasileiros estão otimistas com a situação socioeconômica do país. A pontuação da expectativa das famílias para os próximos 12 meses ficou em 62,75 pontos em agosto, em uma escala de zero (grande pessimismo) a cem (grande otimismo).

O Centro-Oeste teve a maior pontuação entre as regiões, de 68,14, enquanto a região Sudeste registra a menor (59,09), indicando grau de moderação para a situação socioeconômica nacional.

Para os próximos 12 meses, 58,03% das famílias acreditam que o Brasil passará por melhores momentos. Para os próximos cinco anos, 55,4% das famílias crêem a mesma coisa. A proporção de famílias que acreditam que o país atravessará piores momentos é de 19,24% e 15,09%, para o curto e médio prazos, respectivamente.

O grau de confiança é maior entre as famílias com maior rendimento, bem como para os mais jovens. Também demonstram maior otimismo com a economia do país os homens, os de ensino superior incompleto, os autodeclarados negros e aqueles que recebem algum benefício do governo.

Situação financeira

Em agosto, 73% das famílias pesquisadas disseram estar melhor financeiramente hoje do que estavam há um ano. Na outra ponta, 20% se vêem em pior situação.

Cerca de 77% das famílias creem que estarão em melhores condições financeiras daqui a um ano, enquanto somente 8% projetam expectativa de estarem pior. A expectativa das famílias sobre o futuro próximo é mais otimista na região Norte, onde mais de 87% delas acreditam que estarão melhor.No Sudeste, a proporção de famílias que acreditam que estarão melhor é de 71%.

Consumo

De acordo com o Ipea, o otimismo das famílias é menor quando se consideram as expectativas sobre o consumo. Entre as famílias pesquisadas, 53% acreditam que o momento é ideal para comprar bens duráveis, enquanto 37% não acreditam que o momento seja apropriado.

O otimismo é maior na região Nordeste, onde 64% das famílias acreditam que o momento seja adequado para a compra. Nas regiões Norte e Sul há mais famílias receosas em consumir do que otimistas (51% contra 47%; e 49% contra 42%, respectivamente).

As informações são do Ipea.

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