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terça-feira, 30 de março de 2010

RAPIDINHA PARA REFLETIR

RAPIDINHA PARA REFLETIR


Na quinta-feira passada (25/03/2010) o “O Globo” noticiou que o presidente Lula vai liberar verbas para os municípios de até 50 mil habitantes que estejam inadimplentes (ver http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/3/25/lula-dribla-lei-para-repassar-verba-a-municipios-devedores ).
Neste mesmo dia, só que à noite, o vice-prefeito Joedy Orsay discursa na tribuna livre da Câmara de Vereadores e acusa a administração da prefeitura de ser culpada, por inadimplência, da não liberação de verbas, as quais o município de Miracema teria direito, para uma série de obras a serem realizadas no município. Será mera coincidência? Em se tratando de desavenças na política local nunca se sabe!
No caso da liberação das verbas pelo presidente da república vamos sair todos vencedores: o prefeito (apesar da inadimplência da prefeitura a qual afirma o vice-prefeito); o vice-prefeito (por enfim ver tais obras que ele apregoa saírem do papel); os deputados que dizem ter desprendido empenho para a liberação da verba (talvez ganhem alguns votos nestas eleições de 2010 – é, estamos em ano eleitoral!); e nós, os miracemenses (por ver Miracema evoluir mais um pouquinho).
Agora, que tem muita gente querendo ser pai da mesma criança, tem!

O INHAMBU DE MIRACEMA

Nelson Schelck e Márcio e Hélcio Menezes. Caçada de paca na
Mata do Conde (1966)
Quarenta anos depois, entro nas matas de Miracema atrás do inhambu xororó (Crypturellus parvirostris). Pássaro ainda comum nas matas e capoeiras de Miracema. Desta vez, não é para abatê-lo como fazia naqueles tempos. Confesso que fui caçador. Hoje sou ambientalista, portanto um ex-caçador, reminiscências à parte. No lugar da espingarda empunho uma máquina fotográfica.

A sensação que se tem no interior de uma mata, principalmente pela manhã cedo, é quase indescritível: o frescor e aroma provocados pelas relvas e folhas das árvores molhadas pelo sereno e o silêncio absoluto, ora interrompido pelo tilintar dos galhos e folhas com a força do vento ora pelo gorjeio dos pássaros, trazem uma sensação de paz de espírito e bem estar incomensuráveis. Recomendo para quem sofre de depressão.

O inhambu é um pássaro incrível. Seu pio pode ser ouvido de longa distância. O macho pia de forma diferente da fêmea. Para atraí-lo, devemos, através de pio apropriado, facilmente encontrado em lojas de artesanato indígena, imitar o pio do sexo oposto (para ouvir o pio: http://www.xeno-canto.org/browse.php?query=crypturellus+parvirostris ). Outra característica: depois que a fêmea põe os ovos, cerca de quatro, ela deixa a incumbência de chocar os ovos e criar os filhotes para o companheiro, e abandona aquele espaço territorial para sair a procura de outro macho.

Mas, não foi desta vez que consegui captar a imagem do inhambu na natureza. Apesar de sentir que estava bem próximo não pude avistá-lo. Acho que ele avistou-me primeiro e desapareceu na mata. Acho que perdi a prática. Fico devendo.

Mais detalhes sobre o inhambu xororó pode ser visto nos endereços: http://www.avespantanal.com.br/paginas/3.htm e
http://pt.wikipedia.org/wiki/Inhambu-choror%C3%B3

Postagem atualizada em 06/04/2012: 

Como fiquei devendo, aí está a imagem do inhambu xororó captada hoje (06/04/2012) em Miracema. Demorou quase dois anos, mas chegamos lá. É uma fêmea:

quinta-feira, 25 de março de 2010


O GAVIÃO-CABOCLO DE MIRACEMA


Passeando pela estrada vicinal do Barreiro, cuja entrada é na altura do Km 3 da RJ-116, do lado direito no sentido de Laje do Muriaé, e que dá acesso a muitas fazendas daquela área, incluindo as fazendas Santa Justa e Serra Nova, deparei-me com um lindo exemplar do gavião-caboclo pousado numa estaca de cerca no meio do pasto e próximo de uma exuberante fatia da Mata Atlântica. Não perdi a chance de dar uma clicada nele (ver a sexta foto no final da rolagem da tela). É verdade que a foto está um pouco distante. Mas, infelizmente, tais aves não permitem grandes aproximações.

Pássaro comum em Miracema, mas não muito simples de ser avistado, o gavião-caboclo (Buteogallus meridionalis) é a maior ave de rapina da nossa região (55 cm de comprimento). Ele também é conhecido pelos seguintes nomes: casaca-de-couro, gavião-belo, gavião-fumaça, gavião-puva, gavião-telha e gavião-tinga. Mais detalhes científicos e técnicos sobre o gavião-caboclo pode ser visto nos endereços: http://www.avesderapinabrasil.com/heterospizias_meridionalis.htm e http://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?lang=PT&avibaseid=BAA762A5F95219C3 .

A foto acima é meramente ilustrativa. Ver fotos desse gavião feitas em Miracema em outro post aqui.

segunda-feira, 8 de março de 2010

PASSEIO PELA ZONA RURAL I (2ª e última parte das fotos)








domingo, 7 de março de 2010

PASSEIO PELA ZONA RURAL I

Hoje, das 9 às 16 h, eu, Larry Mercante e Fernando Ribeiro (popularmente conhecido por Chumbinho), fizemos um périplo, no lombo da moto, pela zona rural da região. Percorremos os municípios de Miracema, Itaperuna, São José de Ubá e Pádua. Demos, claro, inúmeras paradinhas para fotografar os lugares que passamos. Fotografias estas, que pretendo postar no blog, para compartilhar com todos as belezas dos lugares que percorremos. Rodamos 103 km. O Chumbinho é o rei das estradas vicinais da região. Conhece como ninguém, todas as estradinhas na palma da mão. Na altura do Km 9 da rodovia RJ-116 (Itaboraí – Itaperuna), ou na altura da fazenda Cachoeira, entramos na vicinal do lado esquerdo no sentido de Itaperuna e fomos subindo serra acima.
Passamos pelas fazendas Trinaca, Santa Cruz e muitas outras. Depois atravessamos a RJ-116, um pouco acima de Flores, e subimos para São Sebastião de Assis (também conhecida por São Sebastião dos Pelados). Paramos, tiramos fotografias, comemos uns pastéis, e seguimos em frente.
Fomos a Itajara (distrito de Itaperuna). De lá, partimos em direção a São José de Ubá. Onde almoçamos. Daí, pegamos a RJ-118 e entramos numa vicinal em direção a Paraíso do Tobias. No caminho, demos uma parada na Água Solú. Onde encontramos com moradores da região pegando água mineral gaseificada para levar. Os moradores comentaram que o lugar já foi muito bem cuidado pela prefeitura de Pádua, e que havia um zelador, mas, atualmente, não tem mais (Alô, prefeitura de Pádua?).
E vamos às fotos. São 33 fotos que pretendo mostrar em vários posts. As fotos serão mostradas na ordem do percurso que fizemos:






sexta-feira, 5 de março de 2010


OS CARCARÁS DE MIRACEMA

Ave comum encontrada em Miracema, o gavião carcará pode ser visto voando junto com os urubus, na massa de ar quente, diariamente, sobre a zona urbana. Isso, muita gente sabe.
Na altura do Km 2 da rodovia RJ-116 (Itaboraí – Itaperuna), imediatamente após a primeira curva depois da ex-Usina Santa Rosa, do lado esquerdo no sentido de Itaperuna, de uns dias para cá, pode ser visto dezenas de carcarás concentrados em pequeno trecho de pasto. Quando passamos caminhando pela estrada, ao lado de onde eles estão, arisco que são, levantam vôo até uma árvore próxima. Com a chuva que tem caído nestes últimos dias em Miracema, presumo que os carcarás estejam ali em busca de roedores e répteis que a água da chuva deve ter tirado de suas tocas, que naquele trecho deve haver em abundância.
O carcará, por vezes chamado de carancho e caracará, é um falconídeo. Seu nome científico é Polyborus plancus ou Caracara cheriway; a subespécie brasileira é P. p. brasiliensis. É tido como ave tipicamente brasileira. No entanto, possui uma distribuição geográfica ampla, que vai da Argentina até o sul dos Estados Unidos, ocupando toda uma variedade de ecossistemas, fora a cordilheira dos Andes. Vivem em média 15 anos, atingindo a maturidade sexual aos três. A fêmea coloca de quatro a cinco ovos por ninhada, e tem o auxílio do macho durante o choco, e no cuidado para com os recém-nascidos.Tanto o macho como a fêmea podem ser muito agressivos a intrusos no ninho. É um falcão de pernas e pescoço compridos. De cor parda, ele apresenta manchas brancas na garganta, peito e cauda, e possui uma crista negra no alto da cabeça. Mede de 50 a 60 cm de comprimento, possuindo manchas mais claras nas pontas das asas. Cara vermelha.
O carcará não é, taxonomicamente, uma águia, e sim um parente distante dos falcões. Diferentemente destes, no entanto, não é um predador especializado, e sim um generalista e oportunista (assim como os seus parentes próximos, o chimango e o gavião-carrapateiro ou chimango-branco) alimentando-se de insetos, anfíbios, roedores e quaisquer outras presas fáceis; ataca crias de mamíferos (como filhotes recém-nascidos de ovelhas) e acompanha os urubus em busca de carniça. Passa muito tempo no chão, ajudado pelas suas longas patas adaptadas à marcha, mas é também um excelente voador e planador.
João do Vale celebrizou o carcará em música que fez muito sucesso na voz da Maria Bethânia.
Não foi fácil fotografar os carcarás que frequentam aquele trecho de estrada. A foto a seguir foi tirada, depois de muitas tentativas, da menor distância que os carcarás permitiram, porque qualquer tentativa de maior aproximação eles alçam vôos mais distantes:
Pesquisa para fazer o post: http://pt.wikipedia.org/wiki/Carcar%C3%A1 e http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/carcara/

Tem foto melhor deste gavião feita em Miracema em outro post aqui.

terça-feira, 2 de março de 2010

MIRACEMA UNIDA PELAS PONTES

O velho ribeirão Santo Antônio, que um dia teve suas águas cristalinas e que também propiciou a formação da cidade de Miracema, além, claro, da iniciativa da grande desbravadora dona Ermelinda, foi, durante certa ocasião, cogitado para ser a divisa dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, na polêmica questão da localização da fronteira dos dois estados, que somente foi resolvida depois de muitos anos.

Hoje, existem 14 pontes sobre o ribeirão Santo Antônio ligando os dois lados do perímetro urbano de Miracema. A primeira delas, no sentido da descida da água, está localizada na Usina Santa Rosa: é a ponte que liga a rodovia RJ-116 à av. Carvalho. A próxima é a ponte da rua Ebal Bolácio Sant’Anna. Seguindo vem a ponte da rua Prefeito José de Carvalho. Mais à frente temos a pequena ponte que liga a praça João Antônio Hassel à rua Prefeito Nilo Lomba. Poucos metros adiante, vem a ponte da praça Dos Estudantes.

Depois temos as antigas pontes: a do Aero Clube, na rua Barroso de Carvalho, e a do Hotel Braga, na rua Matoso Maia, que pela forma que foi construída, com o piso feito de paralelepípedos, provavelmente seja a primeira ponte de concreto erguida sobre o Ribeirão Santo Antônio. A próxima é a ponte da rua Francisco Bruno de Martino.

Seguindo, temos as pontes das ruas Irineu Sodré, Manoel M. F., Eduardo A. Silva, avenida Eiras, rua Oswaldo Botelho e, finalmente, a da avenida José Figueiredo, no Carrapichão.

E pensar que Miracema hoje em dia poderia ser como Pirapetinga, parte Minas e parte Rio, se houvesse vingado o desejo dos políticos mineiros da época, principalmente do lendário Firmo de Araujo, que era neto da fundadora de Miracema dona Ermelinda Pereira Rodrigues, que compreendiam que a divisa dos estados do RJ e MG deveria ser no ribeirão Santo Antônio.

Mas, se assim estivesse ocorrido, Miracema ser um pouco Minas e um pouco Rio, não faria muita diferença, não. Pois Miracema é tão mineira quanto fluminense. Os hábitos mineiros estão tão impregnados em nós, que duvido que não haja um miracemense na cosmopolita cidade do Rio de Janeiro que um dia não foi confundido com mineiro. Uai!

E, garçom, por favor, veja pra mim a costelinha com couve, tutu e arroz. Traz também aquela “pinga” especial do barril de carvalho, pra abrir o apetite. Saúde pra todos!