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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O AVÔ E O NETO NA PRAÇA D. ERMELINDA I


Trimmmmmm! Trimmmmmmm!

- É você! meu neto. Já sei! veio procurar seu avô pra bater uma prosa, né?
- Oi, vó, tudo bom com a senhora?
- Está tudo ótimo! meu neto. Só que seu avô não está. Ele foi, como de costume a esta hora do dia, dar suas voltinhas na praça D. Ermelinda.
- Então vou lá, vó, atrás dele. Tchau.
- Vai com Deus, meu filho!

E o neto foi à procura do avô. Ao entrar na praça, pela primeira entrada da rua Direita, avistou seu avô sentado num banco do passeio, à margem esquerda:

- Olá! vô. Tá aí quietinho pensando na vida?
- Ô meu neto! Como vai? Aprochegue-se.
- Tudo bom, vô. Vô, o senhor conheceu a praça d. Ermelinda com grade ou sem grade?
- Conheci sem grade. Você não imagina o perrengue que foi para conseguir colocar estas grades ao redor da praça. Os tempos mudaram, e os políticos, conservadores que só, demoraram muito pra entender que a melhor maneira de proteger a praça seria a colocação de grades. Mas, enfim, acabaram entendendo.

- Vô, por que a terra do passeio em frente é branca acinzentada?
- Li, em algum lugar, que este local era alagadiço. A terra é desta cor porque o terreno é argilífero. Quem fez esta praça, meu neto, foi o capitão Altivo Linhares, em 1931, quando foi interventor no município de Pádua, que naquela época também era nosso município, conforme você já deve ter aprendido na escola. Capitão Altivo era homem de visão extraordinária para sua época.

- Vô, não seria melhor calçar tudo isso?
- Já foi calçado um dia. Em 2008, tivemos um prefeito muito empreendedor, que promoveu uma boa reforma na praça. Na reforma, foram retiradas quase todas as descaracterizações da praça original e aproveitaram para colocar calçamento em todos os passeios e iluminação que valorizava o ambiente e as árvores da praça. Mais tarde foram retirados esta iluminação e os calçamentos dos passeios laterais da praça. De voltar a ser terra até que gostei, porque traz recordações do tempo que eu brincava de bolinha de gude e rodava pião. Os bancos também foram modificados de lugar, pois na reforma eles foram colocados de frente um para o outro. Também gostei desta mudança, porque quem vem sentar-se na praça não precisa ficar olhando pra cara do outro que senta em frente. Os bancos não devem ficar de frente pra praça?
- Certamente, vô.

- Vô, o que eu não consigo entender direito é aquele “paredão” que separa o ringue da praça.
É! Aquilo tem muita história. Você acredita que teve um prefeito que mandou construir no ringue um ginásio esportivo!
- Não brinca, vô!
- É verdade! E uma das finalidades do ginásio era a de servir de quadra de ensaio de escola de samba que, também, arregimentava eleitores. Depois o ginásio foi demolido e construíram uma arquibancada naquele lado do ringue e por isso tem o “paredão” pro lado da praça. Um belo dia vão tirar o “paredão” de lá! É questão de tempo!

-Vô, vamos embora porque a vovó deve estar preocupada. Já passou da hora do senhor almoçar.

Um comentário:

  1. Hélciom,
    Tomara que a Netinha consiga vivenciar muitos momentos nessa praça ainda...rs

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