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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

QUAL ERA O CARTAZ DO FILME?


Dia destes saí de casa e fui caminhar despretensiosamente pela rua Direita. Quando passava pelo Bar do Toninho Richard, vi que a cúpula dos galistas de Miracema estava reunida: Amaro do DER, dr. Bonzinho, prof. Álvaro Lontra, Ariosto Poli, Ademir Galista, Cid Boiadeiro, Gerber Nogueira, Joel Peixoto, Antão do Doriles, ... Entrei e peguei uma garrafinha de limonada na geladeira e comi um delicioso quitute feito pela dona Beleza, e sentei um pouco para escutar a conversa: era sobre o último embate do galo Paladão do seu Amaro, um veterano galo com mais de vinte brigas no currículo. Quando acabei de tomar a limonada, pendurei a conta, me levantei e segui em frente.

Diante do Bar Pracinha vi seu Basileu e seu Osvaldo "Calçapura" sentados com garrafa de água mineral e xícaras de café nas suas frentes, conversando. Seu Oswaldo era também árbitro de futebol e tinha fama de apitar jogo armado, para impor mais respeito. Resolvi entrar e me sentar a seus lados. Pedi pro Salim, que estava atendendo aos clientes, um cafezinho e lhe perguntei como foi o jogo do Fluminense. Ele não respondeu e deu de ombros, como quem diz: sai pra lá, está a fim de fazer hora com minha cara. Mas trouxe-me o café, fresquinho e feito no coador de pano. Estava muito bom o café, mas resolvi me levantar porque a conversa era sobre o afretamento do caminhão do seu Osvaldo para compras de mantimentos em São Paulo para abastecer o Armazém do seu Basileu.

Ao sair do bar, presenciei o Mané "Catinga" vestido com o uniforme completo do Flamengo, fazendo “embaixadinhas” na frente da Barbearia Gerson. Seu "Chope", que havia patrocinado o uniforme, todo sorridente e com um charuto aceso na mão, falava: “Mané! narra aí o gol que deu o título de campeão estadual pro Flamengo hoje sobre o Fluminense há! há! ...” Seu Gerson veio pra porta da Barbearia e ria que não se agüentava. Seu Heleno Moura, que provavelmente devia estar indo para a reunião dos galistas, parou para assistir ao show do Mané "Catinga", mas só balançava a cabeça em sinal de reprovação. O seu Tim, lá da calçada de sua Farmácia Granato, de semblante sério, ficava limpando e recolocando os óculos pra ver se enxergava melhor.

Atravessei a rua e entrei no Salão de Sinuca do seu Vavate. Estavam todos ao redor da segunda mesa de sinuca assistindo partida apostada entre o Tetel e o Bilu. Haviam horas que os dois estavam jogando. Tetel estava ganhando e alegre como sempre, fazendo a plateia rir com seus causos de bem dotado. A molecada naquele dia estava proibida de jogar, porque quem estava na gerência do salão era o seu Arco Verde, que só deixava jogar quem não tivesse conta pendurada.

Saí do Salão e decidi ir até o Cinema Sete para ver o cartaz do filme do dia. Ao atravessar a rua sem olhar, quase entrei na frente da bicicleta do seu Zebim. O que me salvou foi o alerta do assobio dele, se não teria trombado.

Chegando no cinema vi o Buru na calçada com uma faixa estendida pintando uma propaganda encomendada. Fiquei ali tão entretido com a arte do Buru que fui embora e me esqueci de ver o cartaz do filme.

2 comentários:

  1. Peço mais uma vez a sua permissão para publicar essa crônica maravilhosa em meu blog, ainda mais que o meu saudoso pai foi citado na mesma - Ademir Galista - e matei um pouco da saudade do tempo que o acompanhava nas conversas no bar do saudoso Toninho Richard. Ótimos tempos! Grato mais uma vez.

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  2. Tadeu,
    Fique a vontade para copiar o que vc quiser, nem precisa de pedir autorização. É uma honra pra mim ver postagens minhas serem publicadas por outros blogues, ainda mais pelo seu. Obrigado pelo elogio!
    Abs

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